Depois de mais de 20 anos estudando apresentações e palestras, me juntei com a Polo Palestrantes e criamos um serviço que desenvolve palestras para quem tem boas ideias e não sabe por onde começar e para quem já tem uma palestra mas a história não está “bem resolvida”.
Essa coisa de “todos tem uma história para contar” até pode fazer sentido, mas quando se trata do mundo corporativo, nem todos tem em seu histórico algo que seja relevante para que vire na prática um “produto”.
Nessa abordagem começamos pelo TEMA da palestra. É o assunto principal, a ideia central, aquilo que vai ficar na cabeça da audiência. O tema é a concepção da história. Sem um tema bem definido, será difícil ter um roteiro coerente que prenda a atenção da audiência do começo ao fim. E o tema não é “superação”. Isso é uma palavra genérica que pode significar muita coisa. Dentro do assunto superação, como vamos abordar? Um possível tema é: Só superamos grandes desafios quando reconhecemos que a vida não é cor de rosa e temos consciência das forças que atuam contra nossos desejos”. A partir daí conseguimos escrever um roteiro.
Tema definido, criamos o roteiro e a trama. Roteiro é “o que queremos ensinar, transmitir, compartilhar” e a trama é “a sequência de eventos que conduzem a audiência pela estrutura de atos”.
Até aqui cuidamos do STORY, depois vem o TELLING. A criação da identidade visual da palestra, o desenvolvimento dos slides (cenas) utilizando recursos de áudio-visual, valorizando assim a história contada.
E no final, o mais importante. O palestrante precisa ser treinado para que tenha um desempenho autêntico, empático e simpático.
E como a maioria das palestras são cobradas, também criamos um trailer de lançamento, em formato de vídeo, com aproximadamente 2 a 3 minutos. Como nos filmes de Hollywood.
Com o tempo, nossa intenção é criar um certificado, um selo de qualidade!
Em 2009 ministrei uma palestra cujo assunto é atemporal. Essa é uma das maneiras de definirmos o tema. Nesse caso ensinei as pessoas a criarem apresentações utilizando eventos da minha vida numa trama que mostra o que podemos fazer quando “só temos uma chance”.
Mas afinal, o que é uma PALESTRA FORA DE SÉRIE? Algumas evidências de que a palestra é fora de série:
Existe uma trama, com mensagens conectadas, que só fazem sentido quando seguem uma ordem específica.
-Possui um tema que não é apenas uma palavra bonita. Por exemplo: “Liderança”. Isso não é tema. Isso pode ser TUDO e NADA ao mesmo tempo. “Somos bem-sucedidos como líderes quando entendemos que o lado difícil da vida deve ser discutido abertamente, e não simplesmente ser aquela liderança motivacional”. Isso é tema. Perceberam a diferença?
-Ter um protagonista (ou vários) que teve sua vida tirada do equilíbrio, deseja algo e sabe que no caminho enfrentará perrengues, forças contrárias.
-E são os conflitos com essas forças que fazem o protagonista crescer, amadurecer, e no final, aprender alguma “moral da história”, que é também algo que interessa para a audiência.
-É um espelho da vida como ela é, só que sem as partes chatas.
-Tem Valores Universais, ou seja, aqueles valores que todos sentem independente das diferenças que possuem. Todos nós queremos ser reconhecidos, desejamos ser amados, amamos, sentimos raiva, choramos no banheiro, enfim, aquilo que vai conectar com a audiência. Essa é uma das definições iniciais num processo de criação de uma palestra. Afinal, são nesses sentimentos universais que a palestra vai conectar com TODOS da audiência.
-Tem um começo de alto impacto que justifica a audiência prestar atenção até o final, e ela fica se perguntando “e agora, o que vai acontecer?”. Quando perdemos esse interesse, perdemos a audiência.
-Ter um final surpreendente e inesperado. Feliz? Não necessariamente. É melhor um final que o protagonista não atingiu seu desejo, mas durante a história ele aprendeu muito e se transformou em outra pessoa.
-O apoio áudio-visual é feito de criações conceituais e compõe “cenas” que ajudam na transmissão da mensagem. Não é aquele ppt com bullet points onde o apresentador lê e assim perde toda conexão com a audiência.
-O apresentador está em seu melhor estado, sem seguir regras de “oratória”, mas autêntico como é em situações sociais. Ele praticamente “bate papo” com a audiência.
Esses e muitos outros princípios fazem parte da criação de uma PALESTRA FORA DE SÉRIE.
E como toda boa história tem sua dose de conflito, tornando a vida mais complicada, e forçando o protagonista a “arregaçar as mangas”, estamos combatendo alguns problemas que até os grandes palestrantes hoje possuem.
O palestrante entende muito de algum assunto. Mas na hora de transmitir seu conhecimento…
-Sua narrativa é chata,
-Sem contexto,
-Com dicas aleatórias,
-Com mensagens genéricas,
-Abstratas,
-Dizendo o que deve ou não deve fazer,
-Apresentando seu histórico de vida achando que está contando uma história, só que não! É uma linha do tempo, e isso não é uma história.
O grande problema das palestras tradicionais é o PRAZO DE VALIDADE! No momento do “show”, as pessoas gritam, se emocionam com músicas feitas para isso, e criam a esperança de que PODEM TUDO!
Mas aí vem a vida e mostra que não é tão fácil assim!
Joni Galvão
Fundador e CEO da The Plot
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